domingo, 24 de janeiro de 2010

Gulosa.

E num poema velho disse que meu amor não me escreveria poesia.
seria singela companhia. e também não sabe o mal que faz.

mas Inês é morta, alguém já disse.
Eu já repeti. Inês é morta, também morri.

saudade não mata.
fome sim.

e se quer saber?
não acaba.
nem nunca acabará em mim.

Porque fome eu não passo
Peco um prato de comida.
Ou capino um quintal por tal.
Sempre existirão pessoas,
as mesmas e boas de sempre,
dispostas a alimentar quem passa fome.

O problema é que
Eu preciso capinar muitos quintas, afinal
eu como muito.

Um comentário:

Fernando Mello disse...

Versos afiados como navalha...por onde passam cortam, e quase não se vê.