quarta-feira, 27 de março de 2013

Sol e Verão. Noite e Constelação.

A tarde já estava laranjada, sol de verão.A grama, o ar, a terra, o asfalto, sol de verão. As mãos se entrelaçavam quase sem querer. Sentiam-se, enquanto as mãos deixavam as frestas laranjadas lhe atravessarem. Devagar, quase em câmera lenta. Ao passo que suas mãos se encontravam, os corações aceleravam. Sequer estariam ali,  não fosse o sol do verão. O laranjado foi sumindo, sumindo... Seus olhos cerraram-se. Nem viram o laranja sumir entre as nuvens. Então, daquele jeito clichê, as coisas pararam. Dentro de si. O murmurinho, a água do rio, as conversas paralelas. Ninguém percebia o que acontecia naquele momento. As mãos se juntaram, assim como os lábios, os rostos. O cabelo dela caindo sobre o rosto dele. Liso, escorria-lhe da mão e o fazia rir. Por ora o irritava, cabelos e beijos, que combinação! Ao mesmo tempo, que sentimento era aquele? Era só mais uma menina, não era? Por que tudo parara? Peraí, peraí, não podia estar apaixonado! Então o coração antes acelerado começara a saltar pela boca. Que susto! Preferiu parar. Respirou. Abriu os olhos. Que alívio! O laranjado virara um negro, com alguns prateados brilhantes. Mas as constelações, viu refletidas nos olhos escuros mais bonitos. O coração se acalmou. Talvez não fosse só mais uma garota...



Qualquer semelhança não é mera coincidência.