sexta-feira, 2 de outubro de 2009

O Preço da Flor

Mallu Magalhães

Qual preço dessa flor
Que vem de um lote enumerado
Fabricação no estado do Rio
E tem
Alfinete tão fechado
Tão desacostumado com o frio

Mas encondo o desejo
Escolho no bairro
Um lugar de esconder
E vai
Mais um quase beijo
Porque só a noite cobre
Os defeitos do ser

Qual preço dessa flor?
Que vai entre os tantos fios
De cabelo nos vazios de cor
E cai se o vento sopra a prova
Que a boca seca tem seu sabor

Mas encolho os dedos
E aperto nos olhos
O medo do fugir

E vai
Mais um quase toque
Na pele que arde
De tanto fingir

Qual preço dessa flor?
Que cai do lote enumerado
Sem fabricação ou estado de Rio
E tem
Alfinete tão fechado
Tão desacostumado com o frio

Mas encolho os dedos
E aperto em olhos
O medo de fugir

E vai
Mais um quase toque
Da boca que arde
De tanto fingir

Um comentário:

daricavalcante disse...

eu sou capaz de deixar essa musica no repeat... e o pior é´que canto todas as vezes