Pela estrada d'agua
Eu vou subindo no barco
Vejo navios
Pelos pantanais
Suas estradas são os rios
Amazônia
De lendas e sacis
Caiporas sucuris
Jacaré na espreita
A noitada
Vejo nos olhos da onça
Pintada
Passarinhos batendo em revoada
Anunciam que a mata
Está sendo roubada
A madeira cortada
Ainda não foi replantada
Lembro a ti que pra colher tem que plantar
E tem que plantar pra colher
Amazônia Chora
Chora eu também
Chora todo mundo
Mas tá tudo bem
Amazônia chora
Índio Chora também
Chora boto, chora
Chico Mendes também
E os espíritos lá na floresta
Já não fazem mais festa
Já não fazem mais festa
Tão derrubando árvores
Devastando a floresta
Tão levando madeira
Raiz dos pêlos da Terra
Passarinho não pousa mais em seu ninho
E cadê Jacaré?
E cadê Jacaré?
Virou bolsa de madame
Virou sapatos pros pé
E onça pintada
Tá estirada na sala
Virou tapete a coitada
Virou tapete a coitada
E a siriema que virou vassoura
Suas penas virou vassoura
Virou vassoura suas penas
Amazônia Chora
Chora eu também
Chora todo mundo
Mas tá tudo bem
Amazônia chora
Índio Chora também
Chora boto, chora
Chico Mendes também
...
Poema de Coca Melo!
Pernambucano e viajante. E foi durante uma viagem que ele cantou pra quem quisesse ouvir. Não preciso nem dizer que adorei!
Um dia ele ainda vai cantar isso por aí. O poema musicado é música! Boa música!
Um comentário:
Sabe, não que eu não ache bonito.
Mas eu acho que aqui em Rondônia, nessa região amazônica em geral, as demonstrações artísticas e culturais são sempre 'mais do mesmo'. Eu acho que os artistas deveriam usar formas de expressão mais universais...
No intuito de querer valorizar a cultura e expandi-la restringem o público.
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