Seus passos eram só passos comuns, de quem caminhava mais uma vez para pegar um livro qualquer, de uma disciplina qualquer, um livro que lhe disseram ser da matéria da aula que faltara. Nada esperava, então. Nem lê-lo.Subiu as escadas da biblioteca, olhando sempre para o chão, e para frente, alternando os olhares, pra não esbarrar em ninguém, nem pisar em chicletes. Buscou na prateleira o tal livro de física pós moderna, que logo julgou: não entenderei nada, mas tudo bem.
E seguiu o corredor, virou a esquerda, procurando algo que certamente entenderia. Leu vários títulos que carregavam o amor. Amor daqui e dali. Saberiam todos aqueles autores, teriam mesmo vivido grandes amores ou sido capazes de sentir isso de um modo tão esplêndido que os tornassem capacitados a publicizar tal sentimento e derramar lágrimas alheias, sem culpa alguma. Não queria chorar, apesar de estar curiosa pra saber que raio de sentimento era esse de que só se ouvia falar. E muito ouvia falarem ao seu redor, mas eram mentirosos!
Ciumentos, invejosos, desleais. Falavam da boca pra fora. Seria por que não tinham chegado perto das prateleiras carregadas de amor? Não sabia. Mas não acreditava que era assim que se amava. Ainda com o livro de física pós moderna, o segurando entre o braço e a lateral das costas, enquanto mexia nos amores de outrem, sentiu um perfume diferente, um passo firme mas que caminhava lentamente, em busca de amores também, supunha.
Não carregava nenhum outro livro, parecia ter ido ali em busca somente do amor! Ele sentou ali mesmo, no chão. Ela, com seu livro de física pós moderna, esperou pra ver o que ele faria, e continuou, disfarçadamento, observando os amores na prateleira mais acima. Até que, como num qualquer clássico ou clichê de um filme de romance, seu livro de física pór moderna caiu, assustando o garoto que tinha ido em busca de amor.
Ela abaixou, ele se esticou. Pegaram o livro. Ele viu uma moça morena, dos olhos castanhos e de nariz fino, os cabelos lisos lhe escondiam metade da tênue face, parecia envergonhada, e não tinha cara de que estudasse física pós moderna, certamente o livro era pro irmão. Enquanto ele via um garoto de pele clara, de cabelos lisos e bagunçados, parecia que não via pente há alguns dias.Tinha olhos verdes, ou quase verdes, sobrancelha grossa, um rosto quadrado e segurava na outra mão um livro de um tal de Gabriel García Márquez, do qual ela nunca ouvira falar, mas sabia que tinha amor no título da obra.
Queria ver mais, mas o espaço de tempo entre abaixar, olhar, pegar o livro e se erguer não fora suficiente. Mas ele havia sorrido, segurado o livro pra ela. Era educado, ao menos. E mais tarde, assim como ele descobriu que o livro de física pós moderna era da disciplina cuja aula ela faltara, ela também descobriu García Marquez, e outros autores. E principalmente sobre o que havia demais em tantas prateleiras...
E seguiu o corredor, virou a esquerda, procurando algo que certamente entenderia. Leu vários títulos que carregavam o amor. Amor daqui e dali. Saberiam todos aqueles autores, teriam mesmo vivido grandes amores ou sido capazes de sentir isso de um modo tão esplêndido que os tornassem capacitados a publicizar tal sentimento e derramar lágrimas alheias, sem culpa alguma. Não queria chorar, apesar de estar curiosa pra saber que raio de sentimento era esse de que só se ouvia falar. E muito ouvia falarem ao seu redor, mas eram mentirosos!
Ciumentos, invejosos, desleais. Falavam da boca pra fora. Seria por que não tinham chegado perto das prateleiras carregadas de amor? Não sabia. Mas não acreditava que era assim que se amava. Ainda com o livro de física pós moderna, o segurando entre o braço e a lateral das costas, enquanto mexia nos amores de outrem, sentiu um perfume diferente, um passo firme mas que caminhava lentamente, em busca de amores também, supunha.
Não carregava nenhum outro livro, parecia ter ido ali em busca somente do amor! Ele sentou ali mesmo, no chão. Ela, com seu livro de física pós moderna, esperou pra ver o que ele faria, e continuou, disfarçadamento, observando os amores na prateleira mais acima. Até que, como num qualquer clássico ou clichê de um filme de romance, seu livro de física pór moderna caiu, assustando o garoto que tinha ido em busca de amor.
Ela abaixou, ele se esticou. Pegaram o livro. Ele viu uma moça morena, dos olhos castanhos e de nariz fino, os cabelos lisos lhe escondiam metade da tênue face, parecia envergonhada, e não tinha cara de que estudasse física pós moderna, certamente o livro era pro irmão. Enquanto ele via um garoto de pele clara, de cabelos lisos e bagunçados, parecia que não via pente há alguns dias.Tinha olhos verdes, ou quase verdes, sobrancelha grossa, um rosto quadrado e segurava na outra mão um livro de um tal de Gabriel García Márquez, do qual ela nunca ouvira falar, mas sabia que tinha amor no título da obra.
Queria ver mais, mas o espaço de tempo entre abaixar, olhar, pegar o livro e se erguer não fora suficiente. Mas ele havia sorrido, segurado o livro pra ela. Era educado, ao menos. E mais tarde, assim como ele descobriu que o livro de física pós moderna era da disciplina cuja aula ela faltara, ela também descobriu García Marquez, e outros autores. E principalmente sobre o que havia demais em tantas prateleiras...
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