sexta-feira, 15 de outubro de 2010

vidas alheias

Me imaginei sentada, num centro urbano europeu. No centro mesmo. Ao meu redor, comecei a desenhar as calçadas, as listras que lhe desenhavam e davam forma. Imaginei os pés passando, em câmera lenta, pés grandes, pequenos, sem sapatos de inverno. Chinelos. Pernas de fora, bermudas, vestidos floridos, vermelhos, quadriculados. Curtos e Leves. Cabelos curtos, louros, ruivos. Óculos grande. Brincos pequenos. Tintas, muitas cores. Cabelos de muitas cores. Ninguém reparanda no que o outro vestia. Simplesmente andavam. Algumas ao encontro do namorado, outras, ao encontro da namorada. Homens de mãos dadas. Homens e mulheres e crianças. Simplesmente ao encontro, do que certamente mereceriam encontrar.

A patricinha, queixando-se da roupa da maloqueira de preto que passava de mãos dadas com uma loira exuberante. "Lésbicas, ecat". Enquanto enojava-se do casal feminino, não percebeu o frisson do namorado ao ver a mesma cena. Ele disfarçou. Adorava lésbicas.

O rockeiro, de preto, sobretudo, cutuno. Cabeludo, diga-se de passagem, olhava pro pagodeiro na europa que estava lá pra ganhar uns trocos.O rockeiro olhava, indignava-se com o ritmo. "Que Ridículo", pensava. Mas não percebeu a alegria e o que era o sentimento do pagodeiro. Muito menos que este último sorria, em meio a multidão que lhe atirava moedas.


Parei de escrever por duas horas. Porque não me preocupei em citar as roupas ou vontades alheias. Posto agora, porque cliquei sem querer na aba de postagem do blog.

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