quarta-feira, 21 de abril de 2010

Pra ver!

Você não é o seu salário, nem seu cabelo bonito. Não é sua unha vermelha, nem seu carro importado. Não é nem o que faz. É o que é, e pronto (nem tanto). E o que é, quem sabe? Eu não sou meus mais de 55kg, nem meu cabelo curto, ou meu cabelo comprido. Não sou meu vestido vermelho nem meu short jeans. Sou minha palavra (nem tanto). Porque eu já menti (nem tanto). Eu não sou meu diário, nem sou o que vivi. Nem sei dizer o que sou, quanto mais permitir que alguém o diga. Eu não sou minha beleza (nem tanto). Eu não sou minha inteligência (pouca). Eu não sou o que se vê, mas também não posso ser aquilo que não se vê. (nem sempre). O que sou?
Ou serei, ou já fui. No momento, não sou nada.
Tenho sido, no famoso gerúndio, estaremos sendo...

Estarei sendo pois o que não sei.
Mudando, mudando, mudando.
E mudando de novo.

Hei de mudar pra sempre. E talvez o que fui, não seja nunca mais. Ou permaneça sendo sempre a mesma (não acredito). Mas o que foi, já foi. E o que vier, virá. E quem sou eu mesmo pra evitar? Sequer dona de mim! Influenciada, capitalista, afundada num sono. Entre outras coisas para quais somos cegos. Alguns cegos de amor.

"Por que você me trata mal, se eu te trato bem?
Por que você me faz o mal, se eu só te faço bem?"


E se eu morrer amanhã, já pensou?

"O mundo tá muito doente
O homem que mata, o homem que mente"

[coff coff]

O homem que mente pra quem? Pra si? Doença.
O homem em busca de quê?
Pra quê?
Realmente, as vezes viver não faz sentido.

E o que foi sentido não faz viver.
[?]

"As transformações ocorridas numa vida, mesmo que muitas vezes catastróficas, avassaladoras, despertam nos que têm condições psíquicas um reestruturar da vida, possibilidades de criar novas estratégias,- e que é chamado por Freud de Pulsão de Vida"


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